Dois Quadros

|

Dois Quadros

Na seca inclemente do nosso Nordeste,
O sol é mais quente e o céu mais azul
E o povo se achando sem pão e sem veste,
Viaja à procura das terra do Sul.

De nuvem no espaço, não há um farrapo,
Se acaba a esperança da gente roceira,
Na mesma lagoa da festa do sapo,
Agita-se o vento levando a poeira.

A grama no campo não nasce, não cresce:
Outrora este campo tão verde e tão rico,
Agora é tão quente que até nos parece
Um forno queimando madeira de angico.

Na copa redonda de algum juazeiro
A aguda cigarra seu canto desata
E a linda araponga que chamam Ferreiro,
Martela o seu ferro por dentro da mata.

O dia desponta mostrando-se ingrato,
Um manto de cinza por cima da serra
E o sol do Nordeste nos mostra o retrato
De um bolo de sangue nascendo da terra.

Porém, quando chove, tudo é riso e festa,
O campo e a floresta prometem fartura,
Escutam-se as notas agudas e graves
Do canto das aves louvando a natura.

Alegre esvoaça e gargalha o jacu,
Apita o nambu e geme a juriti
E a brisa farfalha por entre as verduras,
Beijando os primores do meu Cariri.

De noite notamos as graças eternas
Nas lindas lanternas de mil vagalumes.
Na copa da mata os ramos embalam
E as flores exalam suaves perfumes.

Se o dia desponta, que doce harmonia!
A gente aprecia o mais belo compasso.
Além do balido das mansas ovelhas,
Enxames de abelhas zumbindo no espaço.

E o forte caboclo da sua palhoça,
No rumo da roça, de marcha apressada
Vai cheio de vida sorrindo, contente,
Lançar a semente na terra molhada.

Das mãos deste bravo caboclo roceiro
Fiel, prazenteiro, modesto e feliz,
É que o ouro branco sai para o processo
Fazer o progresso de nosso país.

(PATATIVA DO ASSARÉ)

Um pulo para o infinito

|

ACT-LOS-0006

“Neste mundo não há saída: há os que assistem, entendiados, ao tempo passar da janela, e há os afotios, que agarram a vida pelos colarinhos”

(Maitê Proença)

Portanto, não há um meio termo. E também faço parte da segunda corrente de vida… De viver intensamente cada momento de alegria, de dor, de prazer, de furor, de cicatrizes e feridas saradas com merthiolate – daqueles que ardia muito e que causava pânico só de ouvir o nome. Talvez seja por isso não ser dada a lágrimas, ou lamentações.

A vida é assim, um pulo para o infinito. E para dar esse pulo não é necessário abrir mão do que se conquistou (familia, filhos, trabalho, casamento); é necessário apenas abrir-se e “sorver a essência das coisas”.

Imagens


DSC09895

DSC09897

Comentei no post anterior que iria conhecer o famoso pôr-do-sol na Praia do Jacaré e o saxofonista Jurandyr do Sax. Quando o sol começa a se pôr, lá pelas 5 horas da tarde, Jurandy toca o Bolero de Ravel, na Praia do Jacaré, em Cabedelo/PB. Então, quem tiver oportunidade não deixe de conhecer. É espetacular. Aliás, tudo é espetacular. O local é um charme na gastronomia, no artesanato e na beleza.

E quer mais? João Pessoa está uma gracinha de charmosa e Cabedelo fica apenas a 18 km de João Pessoa. Não deixem de conhecer !!! Vale a pena !!! Meus passageiros adoraram, ficaram encantados, maravilhados. E eu super orgulhosa de ter escolhido um roteiro super bacana.

DSC09900

DSC09902

(fotos de album pessoal – Praia do Jacaré – Cabedelo/PB)

De onde vim? Para onde vou…retornarei!!


Vim do útero do agreste,

Da seca do nordeste

Dos sonhos dos retirantes

Que se fincaram na metrópole pulsante...

(Beth Santana)

Calma! Não baixou a poetisa nesse espaço aqui. Aliás, ando meio relapsa com alguns outros espaços, mas a falta de tempo na corrida contra o relógio não está me permitindo atualizações ou emoções.

Precisarei me ausentar mais um cadinho, pois estarei indo passar uns dias em Recife, na terra de painho. Como esse grupo de trabalho é muito legal, é formado por amigas da mamãe, fiz um roteiro super bacana de diversão, lazer, cultura. Aproveitaremos também para saracotear em João Pessoa, na terra de mainha. É claro que aproveitarei para rever meus lugares preferidos, visitar alguns queridões da familia e amigos, tirar fotos, filmar muito, dar uns amassos no benhê que está indo empurrado – convenci-o a faltar as provas na faculdade  para me acompanhar.  E ai dele se não fosse…. rs rs rs

Por aqui, deixarei um belissimo video que achei de um cara – o Jurandy do Sax – que toca o Bolero de Ravel durante o pôr-do-sol, na praia do Jacaré, em Cabedelo/PB. É claro que vou tentar arrumar um tempinho e assistir esse espetáculo de perto.

Até a volta…e antecipadamente: BOA PÁSCOA