“A aceitação da dor é o primeiro passo para suportá-la, caso contrário, o pessimismo, a impaciência e a intolerância, poderá transformá-la num fardo além de suas forças.”
(Ivan Teorilang)
Como pedir para que alguém aceite a sua dor, se a sua vontade é socar paredes e quebrar vidraças com a pouca força que lhe resta nas mãos?
Posso escrever a coisa mais piegas e banal do mundo, mas se todos soubessêmos a força que tem o pensamento – acho que agiriamos mais e reclamariamos menos. Se você recebe paulada em cima de paulada – tenta consertar o que está dando errado - e mesmo assim continua recebendo mais e mais pauladas, é porque você não fez nada para mudar a situação deste a primeira paulada recebida. É como se estivesse insistindo no caminho errado. E daqui a pouco, vem mais e mais pauladas.
Essa semana conheci uma menina na seguinte situação: Classe média, fala três idiomas, morou fora do pais algumas vezes, casou, separou, casou novamente, separou novamente. Aqui no Brasil, ralou muito, casou novamente, ficou doente, fez uma histerectomia, o marido estuprou-a enquanto se restabelecia da cirurgia - o estupro estourou seus pontos internos - ficou na CTI alguns dias. Liberada do hospital, pegou os filhos e fugiu do marido com a roupa do corpo e foi para a casa da mãe; ainda se convalecendo a mãe expulsou-a de casa (a mãe tem problemas psiquiatricos), ela pegou os três filhos e foi dormir dentro do seu carro até encontrar um cantinho pra ficar. E mesmo com todas as condições desfavoráveis, inclusive de violência, ela era só sorrisos e com um brilho que eu jamais conseguiria descrever. Aos pouquinhos a vida dela está entrando nos eixos. Ela me disse que conseguiu digerir tudo o que aconteceu com ela, mas com força suficiente para não mais aceitar que essas coisas aconteçam novamente na vida dela.
Não adianta reclamar, lamentar, filosofar em cima de erros constantemente repetidos ou das pauladas constatemente recebidas. Tem que agir.